Em entrevista ao Classe Política nesta terça-feira (8), o deputado estadual Leandro de Jesus (PL) reafirmou a importância da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema de Proteção Indígena (SPI) para apurar crimes relacionados a invasões de terras no estado da Bahia. Segundo o parlamentar, mesmo com a CPI já instalada em Brasília, há justificativas legais e urgência suficiente para sua continuidade no estado.
Leandro destacou a gravidade das ocorrências no extremo sul da Bahia, citando como exemplo um episódio recente em que uma propriedade foi invadida durante a madrugada por três homens armados com porretes. “Imagina você, em casa, no seu momento de descanso, e ter sua propriedade invadida por meliantes. O proprietário reagiu em legítima defesa e um dos invasores, que se identificava como indígena, acabou baleado e morreu dias depois”, relatou.
O deputado denunciou que, além das invasões, são recorrentes crimes como extorsão, cárcere privado, agressões físicas e até abusos sexuais em propriedades rurais da região. “Precisamos identificar quem são os autores intelectuais desses crimes, quem financia e quem lucra com essas práticas no sul da Bahia”, afirmou.
Leandro de Jesus também alertou para a possível atuação de facções criminosas nas invasões. “Existem organizações criminosas por trás disso, inclusive facções do tráfico. Temos que botar um ponto final nessa situação”, disse.
Apesar de reconhecer a legitimidade da reforma agrária, o deputado ressaltou que ela deve ocorrer dentro da legalidade. “Terra invadida não pode ser colocada como opção de reforma agrária. Isso inviabiliza a propriedade e prejudica a economia local, afetando diretamente a produção agrícola da Bahia”, enfatizou.
Segundo ele, a CPI tem o papel fundamental de investigar e responsabilizar os envolvidos, e a Assembleia Legislativa da Bahia tem o dever de garantir segurança jurídica aos produtores rurais. “Essa não é uma responsabilidade só minha. É uma responsabilidade desta Casa. O que precisamos é pacificação no campo e o resgate da segurança em nosso estado”, concluiu.