Encerrando a Semana Nacional de Redução de Desastres, a Defesa Civil de Salvador (Codesal) promoveu, na sexta-feira (17), uma manhã de debates voltada à promoção da equidade e dos direitos humanos. O encontro contou com a participação da secretária de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), Fernanda Lordelo, e da secretária da Reparação (Semur), Isaura Genoveva, além da diretora de Igualdade Racial da Semur, Oilda Rejane, que apresentaram palestras sobre violência de gênero e combate ao racismo, respectivamente.
As palestras integraram a programação de encerramento da Semana Nacional de Redução de Desastres, organizada pela Codesal, que ao longo da semana promoveu encontros técnicos, debates e atividades educativas voltadas à prevenção, resiliência e redução dos riscos em contextos de vulnerabilidade social.
Segundo o diretor-geral da Defesa Civil de Salvador, Sosthenes Macêdo, as palestras coroam os objetivos do evento ao reforçar a importância de associar o tema da gestão de riscos às questões sociais que impactam diretamente a vida das pessoas.
“Encerramos esta semana com a certeza de que falar de redução de desastres é também falar de direitos humanos, de combate à desigualdade e de promoção da cidadania. As vulnerabilidades sociais — como o racismo e a violência de gênero — ampliam os riscos e exigem uma atuação articulada entre os órgãos públicos. A Codesal tem buscado fortalecer essa integração para que nossa cidade seja cada vez mais segura, acolhedora e resiliente”, completou Macêdo.
“Como afirmou Nelson Mandela, ninguém nasce odiando outra pessoa. Para odiar precisam aprender, e se aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar”, destacou.
A secretária Fernanda Lordelo abordou o tema “Comunidades que Vivem em Áreas de Risco — Um olhar social sobre as famílias, mulheres, infância e juventude”, destacando a importância da rede de proteção e do trabalho integrado entre os órgãos municipais. Durante sua exposição, ela ressaltou a necessidade de se enxergar a justiça climática como uma pauta social, lembrando que 45% da população de Salvador vive em áreas de risco e que 51,7% atua na informalidade — o que agrava as condições de vulnerabilidade.
“Quando falamos de desastres, falamos também de desigualdade. As mulheres são maioria entre as chefes de família, muitas vezes enfrentando múltiplas violências, falta de recursos e sobrecarga no cuidado com os filhos e com a comunidade. Por isso, o olhar da gestão pública precisa ser intersetorial, sensível e comprometido com a justiça climática e social”, afirmou a secretária.
Na sequência, a secretária da Reparação, Isaura Genoveva, apresentou o tema “Enfrentamento do Racismo em Salvador — Realidade, Desafios e Políticas Públicas”, reforçando o compromisso da Prefeitura de Salvador com a construção de uma cidade mais inclusiva e igualitária.
“Combater o racismo é um dever coletivo e institucional. Nosso trabalho tem avançado na qualificação das ações afirmativas, na formação de servidores e no fortalecimento de políticas que assegurem o respeito à diversidade racial e à dignidade humana”, afirmou Isaura.
A secretária destacou, ainda, que a luta antirracista deve ser permanente e atravessar todas as políticas públicas, com foco na promoção da equidade e no enfrentamento das desigualdades históricas. “Cada ação de reparação é um passo na construção de uma Salvador mais justa e democrática”, completou.
Por sua vez, a diretora de Igualdade Racial, Oilda Rejane, ressaltou que o Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI) “visa fortalecer a capacidade do setor público na identificação, prevenção e enfrentamento do racismo institucional”.
Na ocasião, foram entregues os certificados de Destaque da Operação Chuva 2025 a Ana Virgínia de Oliveira Vilalva Tourinho, Marcos Nascimento dos Reis, Eloá Meira Mota e Wanete Santos de Carvalho.