Um Projeto de Lei que pretende tornar Monte Santo um destino de turismo religioso tramita na Assembleia Legislativa da Bahia. A proposta é de autoria do deputado estadual Laerte do Vando, natural da cidade que é conhecida com o “Altar do Sertão”, mesmo nome sugerido pelo parlamentar para o roteiro turístico e cultural sobre a Guerra de Canudos e a Romaria de Monte Santo.
De acordo com a Irmandade do Santíssimo Sacramento e Santa Cruz, responsável pela Paróquia do Sagrado Coração de Jesus em Monte Santo, cerca de 15 mil fiéis subiram a Serra da Santa Cruz no último domingo de Páscoa. Os dados são da Polícia Militar local, que também afirma uma média de milhares de visitantes a Monte Santo ao longo do ano. Eventos religiosos como a tradicional romaria da Sexta-feira da Paixão, que aconteceu na última semana, costuma atrair milhares de peregrinos de todo país.
O “Roteiro Turístico Altar do Sertão” tem a finalidade de preservar a cultura do homem e da mulher do sertão e promover desenvolvimento da economia local. “Chamar atenção para o valor da nossa terra é uma questão de orgulho nordestino, sabe. E com essa atração de turistas vamos estimular o surgimento de empreendimentos locais e consequentemente o desenvolvimento de nossa economia, gerando renda para nossa população”, explica Laerte.
Além de movimentar a economia, colocar Monte Santo na rota dos destinos turísticos da Bahia eleva seu potencial como patrimônio religioso e cultural para a história da Bahia. A cidade já é considerada patrimônio do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) por seu Conjunto Arquitetônico, Urbanístico, Natural e Paisagístico da Serra do Monte Santo. “Podemos ressaltar a importância ambiental dessa iniciativa, uma vez que trará para o debate a preservação da fauna e da flora tanto da Serra de Santa Cruz como de todo o bioma do nosso município”, lembra o historiador Ismael Cardoso, que destaca ainda a importância de melhorias na infraestrutura da localidade. “Podemos citar como urgência o fomento e o apoio estatal na preservação e tombamento do que ainda nos resta de patrimônio histórico e arquitetônico”, diz.