Ações educativas, atendimentos a situações de vulnerabilidade e denúncias de venda de álcool a menores marcaram os primeiros dias de atuação da rede de direitos humanos nos festejos juninos_
O São João de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, tem forró, bandeirolas e outras manifestações tradicionais. Mas é também cenário para o trabalho intenso de proteção e promoção dos direitos humanos. Durante os primeiros dias de festa, o Plantão Integrado, ação conjunta do Governo do Estado, através da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), da Prefeitura Municipal e da sociedade civil, registrou ocorrências de trabalho infantil, consumo de álcool por adolescentes, falta de acessibilidade e situações de negligência com crianças.
O levantamento parcial, com dados entre os dias 20 e 22 de junho de 2025, revela que foram distribuídas mais de 1,7 mil pulseiras de identificação infantil, uma estratégia preventiva para evitar o desaparecimento de crianças. Além disso, a 'Casa do Brincar', espaço de acolhimento temporário para filhos e filhas de trabalhadores informais, realizou atendimentos a crianças de 2 a 11 anos, oferecendo cuidado especializado enquanto seus responsáveis atuavam nos circuitos festivos.
Ao todo, sete ocorrências foram registradas no segundo boletim, sendo a maioria (71%) relacionadas à vulnerabilidade social.
Entre as violações mais críticas, destaca-se a venda de bebidas alcoólicas para menores de idade, especialmente no chamado “Galpão 7”, área periférica ao circuito oficial. A situação gerou uma reunião extraordinária com a Defensoria Pública, o Conselho Tutelar e outros órgãos, que recomendaram fiscalização mais rigorosa e ações de sensibilização junto a comerciantes.
Outro ponto de atenção foi a acessibilidade no espaço reservado a pessoas com deficiência. O “ Front Stage” não apresentou condições mínimas de acesso e segurança, o que motivou autuação por parte da rede.
Para além das ocorrências, o Plantão atuou de forma articulada, envolvendo cerca de 100 profissionais capacitados, entre assistentes sociais, conselheiros tutelares, educadores, agentes de saúde, representantes da Defensoria Pública e do Ministério Público, além de integrantes da sociedade civil organizada. As ações se dividiram entre posto fixo e equipes volantes, com abordagem ativa e escuta qualificada.
A presença da Quadrilha "Luar do Recôncavo" e a realização do “Forró das Crianças” foram algumas das estratégias culturais adotadas para ampliar o alcance das ações preventivas e educativas. A parceria com o CMDCA garantiu ainda fiscalizações em camarotes e barracas, com foco especial na proteção de crianças e adolescentes.