Em entrevista, nesta terça-feira (30), o presidente da Companhia Baiana de Mineração (CBPM), Henrique Carballal, celebrou a tramitação e aprovação do projeto de lei enviado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) à Assembleia Legislativa da Bahia, que transforma a natureza jurídica e operacional da empresa. O projeto altera o nome da companhia de Companhia Baiana de Pesquisa Mineral para Companhia Baiana de Produção Mineral, abrindo caminho para que o estado avance na exploração e industrialização de seus próprios recursos minerais estratégicos.
“Toda a empresa está muito contente. A gente está fazendo história. A CBPM não vai mudar apenas de nome. Estamos construindo uma perspectiva de produção mineral em que sustentabilidade e inclusão serão marcas da nossa ação”, afirmou Carballal.
A mudança legislativa permitirá que a CBPM atue diretamente na produção mineral, reduzindo o tempo médio necessário para iniciar lavras de minérios — que hoje pode levar mais de 15 anos — e posicionando a Bahia como um polo de atração para investimentos em minerais estratégicos como cobalto, níquel, cobre, titânio e ferro.
“O mundo precisa dos minerais críticos da transição energética. E nós temos uma mina de grande potencial no noroeste do estado, descoberta nos anos 1970, que estava adormecida. O cavalo está passando selado”, disse, utilizando uma metáfora para expressar a oportunidade única que se apresenta.
Além do foco na transição energética, o presidente da CBPM destacou iniciativas recentes como a atração de investimentos para o fosfato em Irecê, que deve tornar a Bahia independente da importação de fertilizantes fosfatados a partir de 2026, e a instalação da primeira fábrica de vidro solar fora da China, usando a sílica de alta pureza extraída no estado.
Carballal reforçou o compromisso do governo com um modelo que não se limita à exportação de commodities, mas que busca agregar valor localmente, com geração de emprego e renda para baianos.
“Não queremos apenas entregar nossas riquezas e receber royalties. Vamos ser sócios de um grande projeto de desenvolvimento mineral, focado na transição energética global”, afirmou.
O projeto também é apontado por ele como um marco na história do estado.
“Essa é uma lei que marca a história do povo da Bahia. Demonstra o compromisso do governador Jerônimo Rodrigues com a transição energética, com a salvação do planeta, mas acima de tudo, garantindo que esta riqueza possa ser dividida com o povo baiano”, concluiu.