O senador Jaques Wagner (PT) criticou nesta quarta-feira (26) a forma como a Câmara dos Deputados conduziu a votação que derrubou o decreto presidencial que aumentava as alíquotas do IOF. Segundo ele, a decisão foi tomada de maneira precipitada e prejudica a relação entre os Poderes. “Pessoalmente, eu acho bastante traumática para as relações internas, tanto da Câmara quanto do Senado”, afirmou.

Wagner relatou que houve diálogo entre o governo e o Congresso antes da edição do novo decreto. “Fizemos uma primeira reunião de seis horas, onde todos saímos bastante empolgados com o nível da reunião. E o governo, conforme o combinado, retirou o decreto anterior e fez um decreto que é o que está sendo questionado com esse ADL, muito mais, eu diria, suave do que o primeiro”, explicou.

O senador defendeu que a iniciativa do Executivo teve como objetivo corrigir desigualdades no sistema de arrecadação. “O decreto do presidente da República visa fazer justiça tributária”, disse Jaques Wagner. Ele também rejeitou a narrativa de que o governo estaria sendo intransigente: “Foi uma demonstração clara de que o governo não estava numa posição de intransigência”.

A votação na Câmara aconteceu em sessão virtual, convocada por volta da meia-noite, o que gerou desconforto entre os parlamentares da base governista. “Eu não quero entrar no mérito de como isso foi decidido, mas foi decidido 11h30 à meia-noite, quando o presidente da Câmara colocou que ia pautar hoje uma sessão virtual, pautado sem maiores discussões”, criticou Wagner.

Compartilhe: