Nesta terça-feira, 20, durante a 24ª edição da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, o prefeito de Alagoinhas, Gustavo Carmo (PSD), expressou frustração com a falta de clareza do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto ao apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66, considerada crucial pelos gestores municipais para aliviar a crise fiscal nas cidades brasileiras. Ao mesmo tempo, o prefeito demonstrou confiança na atuação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, como interlocutor dos prefeitos junto ao Planalto.
“Foi a maior marcha de todos os tempos, mais de 14 mil inscritos, só da Bahia mais de mil. Isso mostra a força do municipalismo, da base política que são os prefeitos. É no município que o povo vive, que nasce, que morre, que estuda, que precisa de saúde. A marcha é para isso: para reivindicar”, declarou Gustavo do Carmo.
Apesar do clima de união entre os prefeitos e da demonstração de força política, o prefeito baiano não escondeu a decepção com a fala do presidente Lula, que, segundo ele, não se comprometeu de forma objetiva com a PEC 66 — proposta que busca ampliar os repasses da União aos municípios e aliviar a sobrecarga financeira das prefeituras.
“A grande dúvida ficou na fala do presidente. Ele não deixou claro se apoia ou não a PEC 66”, lamentou.
No entanto, Gustavo do Carmo ressaltou a importância de aliados estratégicos no governo federal e destacou o papel do ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil, Rui Costa, como peça fundamental na mediação entre os municípios e o governo federal.
“A gente está depositando muita confiança no ministro Rui Costa, pelo seu bom senso, pelo que ele representa para a Bahia. Foi um governador de excelência e tem sido um ministro de excelência. Acreditamos que Rui vai conduzir esse processo dentro do Palácio do Planalto para que os municípios deixem de sofrer como estão sofrendo.”
A PEC 66, atualmente em tramitação no Congresso Nacional, é uma das principais bandeiras do movimento municipalista brasileiro e tem como objetivo tornar mais justa a distribuição dos recursos federais, garantindo maior autonomia e capacidade de investimento para as cidades — muitas delas enfrentando sérias dificuldades para manter serviços básicos.
A Marcha dos Prefeitos segue até quinta-feira (23), com a expectativa de novas articulações e encontros entre lideranças municipais e o governo federal para destravar a pauta prioritária dos municípios.