"Quero levar Salvador a figurar, pelo menos, entre os cinco melhores municípios do Brasil em qualidade da educação", foi a afirmação do prefeito Bruno Reis (União Brasil), durante a abertura da Jornada Pedagógica - evento que marca o início do ano letivo na rede municipal de ensino, realizada no Cerimonial Rainha Leonor - Pupileira, localiado no bairro de Nazaré, centro de Salvador, na tarde desta terça-feira (4).

A atividade contou também com a participação da vice-prefeita Ana Paula Matos e do titular da Secretaria Municipal da Educação (Smed), Thiago Dantas. O tema deste ano é “Direito à Aprendizagem: Construindo Caminhos para Alfabetizar na Perspectiva de uma Educação Inclusiva e Antirracista”. A abertura da Jornada Pedagógica ainda teve a participação da professora doutora em Química pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e empresária Bárbara Carine Soares Pinheiro, que vai ministrar a palestra “Como ser um Educador Antirracista”.

O prefeito salientou que hoje se sente "muito mais maduro, seguro e preparado para os desafios futuros" e quer superar dois grandes desafios: transporte público e educação.

"Desde os primeiros passos da história dessa cidade, era preciso responder a uma série de questionamentos que existiam. Apesar de ter tido uma vitória expressiva em 2020, as pessoas não conheciam o jeito de Bruno governar: qual era meu estilo, minha forma de conduzir problemas e conflitos, quais eram minhas prioridades. No início, afirmei que queria, ao final do primeiro mandato, deixar legados para a cidade, mas, se pudesse ser reconhecido por uma única palavra, desejava ser lembrado como o prefeito da educação. Não foi fácil, principalmente por causa da pandemia, que consumiu metade do meu mandato. Foram inúmeros os desafios pós-pandemia, e as consequências estão presentes em todas as áreas. Na minha avaliação, foi na educação que os impactos foram mais graves. Passados quatro anos, especialmente ao olhar para trás e ver tudo que enfrentamos, hoje me sinto muito mais maduro, seguro e preparado para os desafios futuros. Antes, precisava provar à cidade uma série de coisas e dar muitas respostas. Hoje, não. Não preciso ser o prefeito das obras, o prefeito dos restaurantes populares ou o que mais investiu no esporte. Agora, há dois grandes desafios que podem definir meu futuro: o transporte público – um problema crônico das grandes cidades – e levar Salvador a figurar, pelo menos, entre os cinco melhores municípios do Brasil em qualidade da educação", disse.

Além da palestra magna, o evento terá ainda a apresentação cultural da Mostra Criativa Salvador de Arte, Educação e Cultura Negra, que em 2024, teve como tema: Por uma Educação Antirracista: Compromisso, Afeto e Vivências. O espetáculo é constituído exclusivamente de apresentações de escolas da rede municipal de ensino.

Bárbara Carine

A professora doutora Bárbara Carine Soares Pinheiro, nascida em Salvador em 1987, é uma destacada educadora, escritora e palestrante.ormada em Química e Filosofia pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), possui mestrado e doutorado em Ensino de Química pela mesma instituição.tualmente, é professora adjunta no Instituto de Química da Ufba e integra o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências da universidade.

Em 2024, Bárbara Carine foi laureada com o Prêmio Jabuti na categoria Educação pelo livro "Como ser um educador antirracista".esta obra, a autora aborda a educação sob perspectivas não ocidentais e racializadas, explorando conceitos como racismo estrutural e educação emancipatória. livro convida educadores e familiares a adotarem práticas pedagógicas antirracistas, visando uma sociedade mais justa e igualitária.

Além de sua atuação acadêmica, Bárbara é sócia-fundadora da Escola Afro-brasileira Maria Felipa, a primeira do gênero registrada em uma Secretaria de Educação no Brasil.econhecida por sua crítica à academia brancocêntrica ocidental, ela recebeu o Prêmio Maria Felipa da Câmara Municipal de Salvador em 2021, destacando-se como uma voz influente na promoção da diversidade e da criticidade nas ciências naturais.

Bárbara Carine atua como professora há 16 anos e foi uma das fundadoras da escola Maria Felipa. Com sede em Salvador (BA) e no Rio de Janeiro (RJ), a instituição de ensino é a primeira voltada ao ensino afro-brasileiro registrada em uma Secretaria de Educação no Brasil.

Foto: Jones Almeida

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