Nesta quinta-feira (12), a Polícia Federal, em colaboração com o Ministério Público Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), lançou uma operação para apurar possíveis irregularidades em uma obra de R$ 5 milhões em Patos, Paraíba. A obra, financiada por uma emenda indicada pelo deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), está sob suspeita.

A assessoria de Motta rapidamente esclareceu que o parlamentar não está sendo investigado nem é considerado suspeito no caso. No entanto, o deputado, que é filho do atual prefeito de Patos, Nabor Wanderley Filho, e candidato a substituir Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados, está em meio a um cenário delicado.

O contrato de R$ 4,2 milhões para a restauração de avenidas e ruas de Patos foi celebrado em 2021 entre a prefeitura local e a empresa Cesarino Construções. Após aditivos contratuais, o valor final da obra alcançou R$ 5,07 milhões. A investigação sugere que a construtora ofereceu um desconto para vencer a licitação e posteriormente utilizou aditivos para aumentar o valor do contrato e desviar recursos.

O recurso destinado à obra foi solicitado por Motta em 2020, através de emendas do relator, uma modalidade que o STF declarou inconstitucional dois anos depois. A verba foi transferida para um convênio entre o Ministério do Desenvolvimento Regional e a prefeitura de Patos. Entre 2020 e 2022, Motta direcionou cerca de R$ 45 milhões em emendas semelhantes para a cidade, onde seu pai exerce o cargo de prefeito e seus avós também foram prefeitos.

A família de Motta tem uma longa história de domínio político em Patos, com várias gerações ocupando cargos importantes. A Justiça Federal já autorizou o “sequestro de bens móveis e imóveis” dos envolvidos, no valor de R$ 269.108,21, referentes a um possível superfaturamento.

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