Deputado Paulo Câmara critica invasões de terra na Bahia e cobra ação do governo
Durante reunião da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) nesta terça-feira (18), o deputado estadual Paulo Câmara (PSDB) criticou duramente as invasões de terra no estado, especialmente no extremo sul, e cobrou uma postura mais firme do governo estadual para evitar novos conflitos e possíveis perdas de vidas.
A comissão aprovou um requerimento, liderado pelo deputado Sandro Regis (UB), para a realização de uma audiência pública sobre a situação. Segundo Câmara, o problema vai além da disputa por terras e envolve insegurança jurídica e riscos à vida das pessoas.
"Quando você fala em invasão de terra, você fala de direito à propriedade, fala de insegurança jurídica. Mas eu falo muito mais do que isso: quanto custa uma vida? Já perdemos uma vida há dois anos em Potiraguá, quando houve confronto entre indígenas e ruralistas. As balas vieram primeiro dos índios, houve a reação e uma índia faleceu. Vamos precisar perder vidas novamente para que depois o governo tome providências?", questionou.
O parlamentar também denunciou que as invasões têm ocorrido de maneira violenta e organizada, muitas vezes com a presença de criminosos armados e drones para monitoramento. Ele afirmou que não se trata apenas de ocupações, mas de saques e expulsão de trabalhadores rurais e famílias inteiras.
"Estão invadindo fazendas produtivas, onde há estoques de café e gado pronto para venda. Chegam de maneira ostensiva, armados, com drones, expulsando as pessoas, inclusive assentados. A violência é tão grande que sabemos que há facções criminosas envolvidas. Nunca vi tanto ‘índio’ na Bahia como agora, aterrorizando famílias", declarou.
Paulo Câmara enfatizou que o governo estadual precisa agir para evitar que a situação se agrave e cobrou uma postura mais firme das autoridades.
"O governo segue de braços cruzados, esperando o pior acontecer para depois resolver. Essa Casa precisa debater com urgência e chamar o Estado à responsabilidade. Não podemos aceitar que mais vidas sejam perdidas."