As últimas declarações públicas de Jonas Paulo, candidato à presidência estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) na Bahia, têm gerado desconforto entre seus principais apoiadores e lideranças internas do partido.
Jonas, que foi presidente da sigla entre 2007 e 2014, tem adotado um tom marcado pelo autoelogio, destacando números conquistados durante sua gestão para reforçar sua candidatura.
Ele afirma, em vídeos divulgados nas redes sociais, ter ampliado significativamente a presença do PT nos municípios baianos. “Peguei esse partido com 27 prefeitos e entreguei com 93 prefeituras”, diz ele, em trecho de uma gravação em que também cita avanços nos números de diretórios municipais, vereadores, deputados estaduais e federais eleitos durante seu mandato.
Contudo, as declarações têm causado incômodo dentro do partido. A questão é que ele “entregou” o comando do PT para o seu principal aliado, Everaldo Anunciação, que viu cada número desse cair significativamente.
Segundo membros da Executiva do PT e lideranças da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), da qual os dois fazem parte, a comparação tem sido vista como injusta e descontextualizada.
“Quando ele [Jonas] personaliza essa questão comete uma injustiça enorme. Primeiro, que ninguém faz nada sozinho nesse PT. Segundo porque Everaldo pegou golpe em Dilma, Lava-Jato, a época mais difícil do PT. No tempo de Jonas o PT cresceu no Brasil todo. Era a década de ouro do Lula, a gente cresceu em tudo quanto é lugar, não importando quem fosse presidente”, afirmou uma liderança petista sob condição de anonimato.
Apesar do desconforto, interlocutores próximos descartam qualquer possibilidade de rompimento entre Jonas Paulo e Everaldo Anunciação. “Não se trata disso. Se trata dele [Jonas] ser menos personalista e reconhecer o papel de Everaldo”, completou.