Durante entrevista à Rádio Baiana FM nesta sexta-feira (15), o senador Ângelo Coronel (PSD-BA) comentou o episódio de invasão ao plenário da Câmara dos Deputados, protagonizado por 14 parlamentares do Partido da Renovação (PR), que ocuparam a cadeira da Presidência da Casa, gerando forte repercussão negativa em Brasília.
Para o senador, o ato foi "um desrespeito grave às instituições" e apenas contribui para a degradação da imagem da classe política.
“Faltou equilíbrio por parte dos 14 parlamentares que proporcionaram aquele ato desabonador. A política já não anda bem nas pesquisas, e ações como essa só jogam mais lama na nossa imagem”, declarou.
Coronel classificou a ocupação como um ato sem precedentes no Congresso Nacional e alertou que a situação só não terminou em confronto físico graças à contenção de alguns agentes mais responsáveis dentro da própria Casa.
“Aquilo foi uma invasão. Se não fossem alguns com mais juízo, poderia ter havido um confronto direto com a Polícia Legislativa. Vi deputado querendo aparecer em selfie, e outros que pareciam provocar para serem agredidos e viralizar. Uma cena triste”, afirmou o senador.
Ao ser questionado sobre a postura do deputado Hugo Motta, presidente interino da Câmara no momento da confusão, Coronel disse que o desequilíbrio não foi apenas dele, mas sim de todo o grupo envolvido.
O senador também elogiou a postura do senador Davi Alcolumbre (União-AP), que presidia a sessão no Senado e se posicionou de forma firme ao dizer que não permitiria “anarquia” no Congresso. Para Coronel, essa firmeza é necessária para preservar a ordem democrática.
“Alcolumbre foi firme, como deve ser. Não se pode ceder a ações que mais parecem espetáculo do que manifestação política”, completou.
Sobre o papel do corregedor da Câmara, seu filho, o deputado Diego Coronel (PSD-BA), o senador elogiou a postura equilibrada e o respeito ao regimento da Casa.
“Muita gente achava que Diego ia agir com pressa, mas ele está respeitando o processo. Vai ouvir a defesa de todos e entregar um relatório dentro do prazo. Ele mesmo já disse que pretende antecipar para reduzir o sangramento político”, explicou.
A decisão final sobre possíveis punições, segundo Ângelo Coronel, caberá ao Conselho de Ética, que definirá se os envolvidos sofrerão suspensão ou cassação de mandato.
“Quem errou tem que ser punido. O corregedor apenas abre o processo. A pena virá do Conselho. E deve vir rápido, para que a democracia não seja ainda mais ferida”, concluiu o senador.