Em evento na ACB, Cristiano Santos destaca papel da Conegro na luta por adaptação climática das periferias; assista

Foto: Divulgação
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Em um discurso marcado por apelos à ação concreta e à união entre diferentes setores, o presidente da Confederação Nacional de Entidades Negras (Conegro), Cristiano Santos, afirmou neste domingo (2) que a entidade quer ser reconhecida como uma “ponte” entre a sociedade civil, o poder público e o setor produtivo na construção de soluções para os impactos das mudanças climáticas.

A fala ocorreu durante a abertura social do Simpósio Internacional Justiça Climática e Adaptação, realizado na sede da Associação Comercial da Bahia (ACB), em Salvador. O encontro integra o projeto Carta de Salvador, iniciativa que coletou escutas e experiências de comunidades vulnerabilizadas em sete cidades do Sul Global, incluindo o Brasil e países africanos.

“Este evento simboliza um diálogo necessário entre quem produz e quem sente os efeitos diretos da crise climática. É um encontro de escuta e de construção conjunta”, destacou Santos.

O dirigente explicou que o projeto percorreu comunidades como Paratibe (João Pessoa) e Maragogipe (Recôncavo Baiano), além de promover intercâmbios internacionais com Angola e Zâmbia, onde foram observados os efeitos devastadores das mudanças extremas do clima — como secas severas, chuvas torrenciais e rompimento de barragens.

As vivências reunidas nesses territórios fundamentam a Carta de Salvador, documento que sintetiza as demandas da sociedade civil sobre justiça climática e adaptação. O texto será apresentado nesta segunda-feira (3), na Assembleia Legislativa da Bahia, e enviado à COP30, que ocorrerá em Belém (PA).

“A Carta de Salvador representa o grito das comunidades que menos poluem, mas mais sofrem. Fala de compromisso, dignidade e sobrevivência”, afirmou Santos.

Durante o discurso, o presidente da Conegro lembrou ainda das condições extremas em países africanos, citando os “musseques” de Luanda (Angola), onde famílias vivem em casas de aço que chegam a 45°C. “Essas pessoas estão literalmente dentro de um forno. Não podemos deixá-las para trás”, alertou.

Encerrando sua fala, Santos reforçou o novo posicionamento da Conegro:

“Não somos apenas um movimento negro. Somos uma instituição de articulação, capaz de unir o setor produtivo, comercial e econômico às comunidades que mais precisam de políticas públicas e investimentos.”

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