Camaçari viveu momentos inesquecíveis nesse sábado (29), durante a abertura do Festival de Arembepe, edição 2025. De acordo com a Polícia Militar (PM), o primeiro dia do evento reuniu mais de 30 mil pessoas, ao longo do dia. À noite, 6 mil pessoas passaram pela Arena Principal, em uma verdadeira conexão de música, cultura, identidade e alegria.
No palco Katita, os ‘filhos da terra’ esbanjaram talento, tomando conta das primeiras horas de show. O espaço reverberou a mistura camaçariense protagonizada pelo samba de roda da turma do SDL, mais conhecidos como “Crias de Arembepe”, seguido pelas nuances do xote e do baião de Lívia Nunes e o pagode de Renatinho da Bahia.
O vocalista da SDL, Egberto Brutus, celebrou a oportunidade de estar no evento por mais um ano. “Estou muito feliz, só temos a agradecer, nosso sentimento é de felicidade e gratidão. Para retribuir todo carinho, fizemos um show mesclado, começando com o pagode romântico, para a galera poder entrar no clima, depois, a gente fez algumas misturas boas da Bahia e, claro, o samba de roda que não pode faltar. No final, todo mundo curtiu e se divertiu, isso que importa”, avaliou o músico.
Na lista de artistas com raízes camaçarienses, aparece também a ancestralidade com sonoridades contemporâneas do grupo Afrocidade. Nascida no município, em 2011, durante aulas de percussão na Cidade do Saber, a banda costuma trazer para as apresentações muito movimento, com múltiplos timbres que se destacam, numa orquestração cristalina que leva toda a riqueza percurssiva para a frente do palco.
O vocalista, Eric Mazzone, ressaltou a emoção de voltar a tocar nos palcos da cidade. Em junho, a banda, junto com a Timbalada vai levar o show especial para a Europa, no Coala Festival Portugal.
“A gente está entendendo que é o momento de se reconectar com o povo de Camaçari, com a favela. A gente fica sempre feliz de subir aos palcos de festas que têm essa conexão com Camaçari, com essa missão de levar arte e cultura para onde for, para que próximos possam surgir. A gente está em casa”, pontuou Eric.
E a opinião de pessoas que assistiram o show, confirma essa característica como algo muito forte. Para o camaçariense Rafael Moreira, 32 anos, a performance do festival foi muito especial, manteve o ‘olhar em movimento’. O atleta de Jiu-jitsu, recordou momentos nostálgicos com os músicos, e, define a banda como ‘a cara de Camaçari’.
“Eu estou com eles desde o projeto que eles faziam, que era a Roda Gigante, muito tempo, lá atrás. O Afrocidade é surreal, gosto de chamar eles não de banda, mas de equipe, irmãos que enchem nossos olhos de alegria e o coração de orgulho. Com toda certeza, eles representam Camaçari, são a cara da cidade”, enalteceu Rafael que, na sequência, reforçou a importância da representatividade local.
“Eu vim para ver também, o grupo Revelação. Mas, tenho que falar da felicidade em ver tantos filhos da cidade no palco principal. Renatinho da Bahia, um cara muito do bem, fazendo um som muito bom de ouvir. É muito importante a cidade viabilizar essa oportunidade”, acrescentou.
Dando continuidade à mistura de ritmos e regionalidade musical, o cantor soteropolitano Márcio Victor subiu ao Palco Katita, por volta das 0h30. Bastante esperado pelo público, o artista cantou os maiores sucessos da banda Psirico.
Com as letras das canções gabaritadas, Carla Alexandra cantou, dançou e aprovou a swingueira do ‘Psi’.’ Aos 44 anos, a soteropolitana saiu da capital para curtir os ídolos. No entanto, a relação se paixão pelo festival é antiga, alimentada pela matriarca da família, dona Antônia, atualmente com 102 anos.
“Lógico que eu vim para ver o ‘Psi’. Vou dançar demais hoje. Porém, preciso dizer que eu amo o Festival de Arembepe, amo Arembepe. Eu vinha pra cá com minha avó para ficar na casa de uma amiga que ela tinha aqui. Hoje, também é um momento de lembrar desse tempo bom, que ela vinha para cá e curtia com a gente. Que saudade, mas também, que alegria”, descreveu Carla, que estava acompanhada de outras quatro amigas, entre elas, Maria Aparecida, 65 anos.
Mais conhecida como Cida, a assistente social veio de Alagoinhas para prestigiar o evento. Empolgada, ela garante que só vai embora na segunda-feira (31), após o tradicional Baile dos Coroas.
“É o segundo ano que venho e dessa vez ainda melhor, seja em termo de bandas, seja na estrutura. Só vou embora segunda-feira, depois de dançar bastante minhas serestas. Estou amando tudo”, afirmou.
O primeiro dia de evento foi encerrado pela sofrência de Kevi Jonny.
Neste domingo (30), a conexão com a alegria segue a todo vapor, a partir das 18h. Seis atrações serão responsáveis por colorir o segundo dia da festa. Nomes como Filhos de Jorge, Revelação e Thiago Aquino passarão pela Arena Principal.
O Festival de Arembepe encerra o ciclo das tradicionais lavagens e festas populares do município. A iniciativa é realizada pela administração municipal, por meio da Secretaria de Governo (Segov), através da Coordenação de Eventos, com apoio das demais secretarias e instituições municipais.