A vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador (CMS), se manifestou nesta segunda-feira (17) sobre o projeto de subsídio ao transporte público, criticando a falta de garantias de que a medida evitará um novo reajuste da tarifa em janeiro. A vereadora também defendeu a adoção da tarifa zero na capital baiana.
Subsídio de R$ 60 Milhões e Novo Aumento Iminente
Aladilce questionou a eficácia do subsídio de R$ 60 milhões se a Prefeitura já sinaliza um novo aumento da tarifa logo no início do próximo ano.
"Nós não temos garantia na aprovação desse subsídio, é de não ter aumento de transporte. Então, o prefeito, inclusive, já começou a falar que vai ter aumento em janeiro," afirmou a vereadora.
Ela argumentou que a população seria penalizada duas vezes: o município paga o subsídio agora e, em seguida, os soteropolitanos teriam que suportar outro reajuste.
"Ora, se nós estamos dando subsídio hoje de 60 milhões, e isso é para melhorar, para injetar recursos no sistema, por que vai, em janeiro, dar reajuste novamente? [...] É o município que vai pagar duas vezes," concluiu a líder da oposição.
Defesa da Tarifa Zero e Crítica ao Serviço
A vereadora utilizou o momento para defender a implementação da tarifa zero, citando exemplos de cidades brasileiras que já adotaram a medida com sucesso para o desenvolvimento econômico e social.
"Nós já temos várias cidades no Brasil onde a tarifa zero está sendo aplicada e está sendo muito bom para o desenvolvimento econômico. [...] As pessoas circulam mais na cidade, circula, aquece a economia, as pessoas frequentam a escola, frequentam os postos de saúde, então você não falta as consultas médicas, isso está acontecendo já em várias cidades, melhora tudo."
Aladilce também criticou a qualidade do serviço em Salvador, afirmando que o sistema é "além de caro, é ruim, não passa na hora," e que muitas linhas foram retiradas e não recolocadas.
Diante da ausência de contrapartidas claras que garantam a qualidade e a não-majoração da tarifa, a líder da oposição sinalizou que seu voto não será favorável ao projeto de subsídio: "Sem contrapartida o nosso voto não pode ser favorável."