O senador Otto Alencar (PSD-BA) fez uma crítica contundente ao "cidadão Mercado", que, segundo ele, tenta desestabilizar o governo federal e é movido por interesses financeiros contrários ao desenvolvimento social do país. O senador deu entrevista à imprensa nesta segunda-feira (20), durante evento da União dos Municípios da Bahia (UPB).
Otto Alencar ironizou a figura do poder financeiro, chamando-o de "cidadão invisível chamado Mercado, que mora na Faria Lima".
"Esse cidadão quer jogar qualquer governo para baixo quando se fala em diminuir os juros. Esse cidadão fica logo preocupado porque o dólar está caindo, ele quer que o dólar aumente, ele quer que o imposto seja alto, ele quer que o governo se submeta a ele," disparou o senador.
Pressão Contra a Reforma Tributária e Juros
O senador lamentou que o "Mercado" tenha agido para derrubar propostas de aumento de impostos (como o IOF e as BEDs, que pagam apenas 12% e deveriam pagar 18%, segundo ele) e reforçou a pressão contra a redução da taxa Selic.
"O que os grandes bancos querem é que o juros aumente para ele ganhar," afirmou. Otto Alencar detalhou o alto custo da manutenção dos juros: "A dívida bruta hoje, ela [se] aumentar um pontinho... o Brasil paga por ano R$ 65 bilhões de reais a mais. Por um pontinho da Selic."
Dados Positivos da Economia em Contraste
Em defesa do desempenho do governo, o senador apresentou dados econômicos que, em sua visão, comprovam a estabilidade e a injustiça das críticas.
- Desemprego: "O governo está hoje com menos de 6% de desemprego, nunca teve na história da Nova República nesse nível."
- Reservas: "Está com reserva de 340 bilhões de dólares disponível, então é uma reserva muito forte, isso vai dar o quê? Quase R$ 2 trilhões de reais."
- Inflação e Meta Fiscal: O governo está dentro da meta da inflação e, se aprovasse os impostos citados, "o governo ia fechar o ano de 2025 com superávit para mostrar que as contas públicas estão sadias, estão controladas."
O senador concluiu o alerta afirmando que o país está "dominado por seis bancos" e criticou a pressão externa que influencia as decisões econômicas, o que considera "uma luta contra os bancos e contra a velocidade."