Operação Poço de Lobato atinge empresas na Bahia em mega-investigação contra fraude tributária

Foto: Divulgação
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Uma das maiores operações fiscais já deflagradas no país mobiliza, nesta quinta-feira (27), centenas de agentes em seis unidades da Federação para desmontar um amplo esquema de sonegação bilionária no setor de combustíveis. A ofensiva mira empresários e empresas ligados ao Grupo Refit, comandado por Ricardo Magro, apontado como o maior devedor de ICMS de São Paulo e um dos principais inadimplentes tributários da União. O Ministério Público paulista estima que o rombo causado pelo esquema supere R$ 26 bilhões, já registrados em dívida ativa.

A ação cumpre 190 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Maranhão e no Distrito Federal. Os alvos incluem pessoas físicas e jurídicas suspeitas de integrar uma organização criminosa voltada à prática de crimes tributários, fraudes fiscais estruturadas e lavagem de dinheiro. A Justiça determinou o bloqueio imediato de R$ 8,9 bilhões dos investigados, enquanto a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional atua na esfera federal para tornar indisponíveis mais R$ 1,2 bilhão.

A operação — batizada de Poço de Lobato, em referência ao histórico campo petrolífero baiano — reúne mais de 621 agentes públicos de diversas instituições, incluindo Ministério Público de São Paulo, Secretaria da Fazenda paulista, Polícia Civil, Polícia Militar, Receita Federal, Procuradoria-Geral do Estado e Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Segundo a Promotoria, empresas ligadas à Refit utilizavam uma estrutura complexa para driblar o pagamento de ICMS, criando companhias em série para escapar da cobrança e simular operações interestaduais. As investigações apontam que o grupo ignorava deliberadamente suas obrigações fiscais e, ao mesmo tempo, desenvolvia novos mecanismos de fraude para manter vantagens competitivas no mercado de combustíveis.

As apurações revelam ainda uma rede sofisticada de colaboradores, responsável por ocultar os verdadeiros beneficiários das operações ilícitas. Por meio de camadas societárias, manipulação de documentos e transações financeiras simuladas, o grupo ampliava sua presença na cadeia produtiva e distributiva de combustíveis, garantindo o crescimento da estrutura mesmo diante de sucessivos débitos com o poder público.

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