O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique Passos, participou do Painel “Estratégias de desenvolvimento no Brasil e na China: crescimento econômico, combate à pobreza e industrialização sustentável”, que integrou a programação do III Fórum Bahia–China, realizado em Salvador.

Realizado pelo Governo da Bahia, por meio da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Consulado-Geral da República Popular da China no Rio de Janeiro, o evento tem como objetivo fortalecer a cooperação bilateral Brasil–China e consolidar a Bahia como polo estratégico de inovação, sustentabilidade e desenvolvimento industrial no Nordeste.

Com a presença de autoridades, representantes do setor produtivo e instituições de pesquisa dos dois países, o Fórum, realizado na terça-feira (25), reuniu cinco painéis temáticos que abordam desde crescimento econômico e combate à pobreza até industrialização sustentável, transição energética justa, inovação tecnológica e inclusão socioprodutiva.

O cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, Tian Min, ressaltou a importância da parceria estratégica com o Brasil no contexto do 15º Plano Quinquenal chinês, destacando o compromisso do país com inovação científica, produção verde, redução de emissões e defesa do sistema multilateral de comércio. Ele elogiou a participação brasileira na COP30 e afirmou que a Bahia está “na vanguarda da cooperação com a China”, citando projetos como a ponte Salvador–Itaparica e a atuação da BYD no estado.

Tian Min também anunciou que, nos próximos 30 anos, a China oferecerá bolsas de estudo e qualificação a países da CELAC, reforçando o interesse em que a Bahia aproveite essas oportunidades. “O Fórum é uma plataforma essencial para explorarmos novas formas de cooperação e aprofundarmos a comunicação”, acrescentou.

Bahia quer ampliar parceria “ganha-ganha”

O diretor-geral da SEI, José Acácio Ferreira, enfatizou o interesse do estado em ampliar uma agenda de cooperação comercial de benefícios mútuos, destacando o papel estratégico da parceria com o PNUD — atualmente a maior cooperação internacional do órgão, com R$ 35 milhões investidos na Bahia, especialmente em ações de combate à extrema pobreza.

Em sua apresentação, o presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos, chamou a atenção para o fato de que o Nordeste representa apenas 13% do PIB nacional, percentual que, segundo ele, “mostra que estamos aquém do que deveríamos”. Para Passos, o desafio é encontrar políticas adequadas para superar esse histórico.

Ele destacou que energia renovável, setor no qual a China é líder global, representa uma das maiores oportunidades para o Nordeste: “A China tem avançado com eficiência e foco. O Nordeste precisa aproveitar suas riquezas naturais para se industrializar”, afirmou. Passos citou exemplos de aproveitamentos produtivos já existentes, como o caso da empresa baiana Venture, fabricante de móveis planejados que utiliza máquinas chinesas e demonstra o potencial de expansão de acordos industriais.

O presidente da FIEB também reforçou a necessidade de superar gargalos de logística e infraestrutura: “Precisamos entender onde Bahia e China podem se complementar, trazendo indústrias de maior valor agregado e fortalecendo a cadeia produtiva local”, completou.

O evento contou ainda com a participação do vice-governador Geraldo Júnior, além de representantes da Sudene, da Setre e da BYD no Brasil. O encerramento terá uma apresentação cultural que celebra os laços históricos entre Brasil e China e reforça a dimensão humana da cooperação Sul–Sul.

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