Divididos, partidos ainda negociam apoios para presidência da Câmara

Foto: Divulgação
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As articulações para a presidência da Câmara dos Deputados ganharam novo impulso com o término do segundo turno das eleições municipais deste ano. Em um movimento significativo, oito partidos formalizaram apoio a Hugo Motta (Republicanos-PB) nesta semana, consolidando seu favoritismo na disputa. No entanto, outros dez partidos ainda não definiram a posição, mantendo a incerteza sobre o resultado.

Entre os concorrentes, além de Motta, despontam Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA), ambos da Bahia. Contudo, seus partidos têm pressionado para que abandonem a disputa e unifiquem o apoio ao candidato do Republicanos. Essa resistência interna tem gerado tensões, especialmente no caso de Elmar, que tenta manter-se na corrida.

Os partidos sem posição definida incluem União Brasil, PSD, PSDB, Cidadania, PDT, Avante, Solidariedade, Rede, Novo e PSOL. Juntos, somam 84 parlamentares, uma fatia considerável de votos que pode ser determinante no resultado final. As negociações continuam em aberto, e essas legendas buscam garantias e acordos de liderança antes de anunciar qualquer apoio.

Com 324 parlamentares a seu lado, Hugo Motta já assegurou o apoio de PL, PT, PP, Republicanos, MDB, Podemos, PCdoB e PV. Essa sólida aliança coloca Motta em vantagem, ainda que o cenário não esteja completamente definido. Segundo fontes internas, o apoio de Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara, foi decisivo na formação desse bloco em torno de Motta.

Até meados deste ano, Elmar Nascimento era o principal nome para a sucessão de Lira, que parecia inclinado a apoiá-lo. No entanto, o cenário mudou nas últimas semanas, e Lira manifestou apoio oficial a Motta, enxergando nele o potencial de unificar o maior número de aliados e evitar divisões desnecessárias no plenário. O anúncio de Lira ocorreu na última terça-feira (29), em reunião com líderes partidários.

Apesar da mudança de direção, Elmar Nascimento permanece relutante em deixar a disputa, embora haja pressão dentro do União Brasil para que o faça. O partido, em troca do apoio a Motta, está em intensas negociações para obter cargos e outras concessões na próxima legislatura. Segundo líderes partidários, a formalização do apoio deve ocorrer na próxima quarta-feira (6). Enquanto isso, o PSD mantém o apoio a Antonio Brito, dificultando uma decisão final.

A cúpula do PSD, liderada por Gilberto Kassab, planeja uma reunião decisiva neste fim de semana. Estarão presentes Brito, Elmar Nascimento, o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, e o próprio Hugo Motta, que discutirá pessoalmente os próximos passos. O encontro busca avançar na definição de apoios e, possivelmente, na construção de uma candidatura unificada em torno de Motta.

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