Concluído nesta quinta-feira(30), o Ciclo de Mulheres da Indústria, iniciativa da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), por meio da Gerência de Relações Sindicais, em parceria com o Sebrae Bahia, marcou um passo na valorização e no fortalecimento da participação feminina no setor industrial baiano.
Iniciado em março, o Ciclo contou com 16 encontros divididos em oito módulos, que abordaram temas estratégicos do universo empresarial e feminino, além de promover visitas técnicas, capacitações e atividades de integração. Ao todo, 47 empresárias de mais de 20 sindicatos industriais e de diversas regiões da Bahia concluíram a formação, desde lideranças já consolidadas até mulheres que tiveram seu primeiro contato com o sistema FIEB.
Durante o evento de encerramento, o presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos, destacou a importância da diversidade e da atuação conjunta no fortalecimento da indústria.
“Embora a presença feminina na indústria ainda seja pequena em comparação com a masculina, avanços vêm sendo conquistados gradualmente. Ainda está muito desequilibrado, mas, ao longo do tempo, essas diferenças vão sendo reduzidas à medida que as pessoas passam a enxergar essa presença como algo natural. Acho que é assim que construímos sem destruir. Essa é a nossa missão, o nosso maior objetivo”, afirmou Passos.
A presidente do Comitê da Mulher na Indústria (CMI), Renata Müller, também celebrou o encerramento do ciclo e reforçou que a presença das mulheres precisa se tornar cada vez mais constante nas entidades industriais. “Precisamos ocupar cada vez mais esta casa e esses espaços. Os homens também precisam entender essa pauta e caminhar junto conosco. A diversidade é uma força para o setor”, destacou.
A vice-presidente do CMI e curadora do Ciclo, Eunice Habib, ressaltou o engajamento das participantes. “Foi uma surpresa o interesse das mulheres por esse trabalho. Tivemos empresárias vindas de várias regiões, como a Chapada e Alagoinhas, e o mais interessante foi o espírito de união e apoio mútuo. Alguns sindicatos, como o Sindileite, abraçaram a causa com ainda mais entusiasmo”, exaltou.
Entre os participantes, o empresário Fernando Branco, presidente do Sindpacel, fez um depoimento sobre a relevância da iniciativa. “Na minha família, as mulheres sempre trabalharam, isso sempre foi natural para mim. Mas sei que, por ser mulher, minha esposa ainda enfrenta desafios que eu não enfrento. Por isso, o trabalho do CMI é tão importante”, declarou.
O evento contou ainda com a participação de Vitor Lopes, diretor Administrativo e Financeiro do Sebrae Bahia, que destacou a importância do associativismo para a inserção das mulheres no meio empresarial. “Sabemos da representatividade das mulheres, mas é preciso avançar. O associativismo é essencial para que elas ocupem cada vez mais espaço, tanto na representação empresarial quanto institucional”, disse Lopes.
A nova integrante do CMI, Sandra Wagner, associada do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado da Bahia – Sigeb, relatou sua emoção ao ingressar no grupo: “Estou impressionada com a força dessas mulheres. Fui muito bem recebida e me senti verdadeiramente abraçada. É inspirador fazer parte desse comitê e perceber o quanto podemos ser poderosas juntas”, afirmou.
O encerramento também contou com uma participação em vídeo do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, que parabenizou a FIEB e o Sebrae Bahia pela realização do projeto, dos presidentes de sindicatos filiados à FIEB, e da palestra da jornalista e empreendedora Maiara Liberato, que falou sobre a cultura invisível do patriarcado.
Trilha
O Ciclo de Mulheres da Indústria integra o projeto Trilha Associativa, uma estratégia da FIEB voltada à formação e fortalecimento da representatividade sindical e empresarial, promovendo capacitação e incentivo à liderança feminina. “Queremos o melhor — e o melhor já está acontecendo”, resumiu Eunice Habib, emocionada com os resultados do ciclo e o entusiasmo das participantes.