O governador Rui Costa, PT, tinha um encontro com a bancada do governo, na Assembleia Legislativa, nesta terça-feira, 15, mas adiou para poder se reunir com o ex-presidente Lula e o senador Jaques Wagner em São Paulo. Depois dessa agenda é que o governador terá encontro, na próxima quinta-feira (17), com os parlamentares na Casa Legislativa. A reunião será para afagar os deputados, conforme apurou a reportagem, mas também apresentar um panorama para a disputa eleitoral na Bahia.
Na base do governo, o clima de insatisfação é grande, envolvendo até deputados do PT. 9 em cada 10 deputados da base tem criticas ao governador, mas não expõe publicamente. Esse clima turbinou baixas na base de sustentação, que já perdeu pelo menos 6 deputados para a bancada de oposição. O encontro de Rui com os legisladores, portanto, seria para acalmar os ânimos e acertar os ponteiros para a disputa eleitoral que finda em outubro.
Já no encontro com Lula nesta terça, Rui e Wagner vão apresentar o diagnóstico político e eleitoral no estado, que na disputa desse ano ganhou um candidato competitivo pela oposição, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, UB. Rui quer ser candidato a senador, acredita, dada sua popularidade, que o momento é oportuno para garantir sua vaga na Câmara Alta e ser um bom agregador eleitoral para a chapa majoritária da situação. Jaques Wagner não desejava disputar o Governo do Estado pela quarta vez. O vice-governador João Leão deseja governar a Bahia, ainda que por um período curto. E o senador Otto Alencar quer disputar a reeleição ao Senado Federal. Esse é outra parte do imbróglio a ser apresentado ao ex-presidente, cuja popularidade na Bahia é grande. A possibilidade colocada na mesa seria alçar Otto Alencar candidato a governador, Rui a senador e o Partido dos Trabalhadores indicar o nome que ficaria com a vice na chapa (esse nome poderia sair da Assembleia Legislativa). João Leão assumiria o governo do estado por 8 meses e, num eventual governo Lula, seria alçado ministro. A presidência da Assembleia Legislativa para o biênio 2023-2025 ficaria sob o comando do Partido Progressista. Além de Leão, a Bahia poderia emplacar Jaques Wagner no Ministério, o que contemplaria o PSB, que assumiria, através do suplente Bebeto Galvão, a vaga no Senado Federal. Outro tópico é a formação das federações que permita a eleição de uma bancada forte de deputados. O Partido dos Trabalhadores e o PSD encontram-se numa situação de conforto, mas os aliados estão no desespero com a possibilidade iminente de redução de bancada. Esse é o xadrez, apurado pela reportagem, cujo conselhos para dificil missão de posicionar as peças estrategicamente serão dados por Lula ao governador Rui Costa e ao senador Jaques Wagner. É aguardar as novidades.
Por Jones Almeida /Joseph Brito / Ana Casteli