Fabíola lamenta morte de Marcelo Sá, criador do Projeto Cinema Saladearte

A deputada Fabíola Mansur (PSB) inseriu, na ata dos trabalhos da Assembleia Legislativa da Bahia, uma moção de profundo pesar pelo falecimento de Marcelo Hoog de Sá, ocorrido neste domingo, 30 de janeiro. Marcelo, de 56 anos, nasceu em Ilhéus e era um apaixonado pelas artes, especialmente pelo cinema. Começou no teatro, ainda na sua terra natal, trabalhando com figurino, cenografia e iluminação, chegando a dirigir o Teatro Municipal de Ilhéus, onde coordenou o inesquecível Projeto Pixinguinha.

A socialista lembra que Marcelo veio para Salvador a convite do diretor teatral e atual presidente da Fundação Gregório de Matos (FGM), Fernando Guerreiro, e chegou a fazer a produção da premiada peça “A Bofetada”. Após sete anos morando na capital baiana, deu início ao seu grandioso projeto do Circuito SaladeArte, que hoje é o maior circuito alternativo de cinema do Norte e Nordeste do Brasil. Em 7 de julho de 2000, ele se juntou ao médico André Trajano, à psicóloga Ana Rita Ferreira e ao produtor cultural Sebastião Gregório para fundar a primeira sala no Clube Bahiano de Tênis.

“Perda inestimável para a cultura da Bahia, um grande realizador, Marcelo Sá foi um bravo guerreiro. Enfrentou a concorrência das grandes redes e foi em busca de seu sonho: Seu projeto Cinema Saladearte trouxe alegria para os que gostam do cinema e dos bons filmes. Trouxe o melhor do cinema para Salvador e nos brindava com filmes lindos fora do circuito. Virou um sucesso, mobilizando os cinéfilos da nossa cidade e a Saladearte se transformou num ponto de encontro”, afirma a presidente da Comissão de Educação e Cultura da ALBA.

Marcelo foi um gestor cultural dinâmico e muito criativo, explica a parlamentar, salientando que o ilheense tinha muito bom humor, era gentil e inteligente, um grande promotor de filmes, debates e discussões em torno das demandas dentro do setor. Em parceria com seus sócios, Marcelo Sá foi um dos responsáveis por uma grande transformação na cultura de Salvador, pois a Saladearte abriu um novo mercado e trouxe novos caminhos para o circuito cultural da cidade. Recentemente, informa a deputada, os frequentadores do espaço aderiram à campanha “Juntos Pela Saladearte”, uma vaquinha virtual para arrecadar dinheiro visando a reinauguração da sala do Museu de Arte Moderna (MAM), que vivia uma crise em razão da pandemia. “O grupo estava endividado e, se não fosse a participação dos amantes da sétima arte, provavelmente não teria sido reaberta”, ressalta.

De acordo com a autora da moção de pesar, Marcelo dedicou-se de corpo, alma e coração à sobrevivência da Saladearte e o resultado foi um sucesso. “É muito triste que ele tenha morrido neste momento que a Saladearte está viva e se reerguendo. Apesar da dor, é um alento saber que Marcelo Sá pode ver, pouco antes de partir, que o seu enorme trabalho valeu a pena e só temos que agradecer sua imensa dedicação à arte”, frisou Fabíola. A legisladora diz que ele foi um guerreiro que encarou todas as dificuldades, um bravo lutador pelo cinema que deixa uma enorme lacuna.

“Sou muito grata por ter estado perto dele por muitas vezes. Temos um compromisso marcado: levar em frente o sonho de Marcelo Hoog Sá será a maior homenagem. Viva Marcelo, e que a sua história e memória sejam sempre lembradas através do legado que nos deixou”, finalizou a parlamentar, solicitando que esta iniciativa seja conhecida pela família de Marcelo Sá, pela Saladearte, bem como a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, a Fundação Gregório de Mattos, a Associação de Produtores e Cineastas da Bahia (APC) e o Museu de Arte Moderna (MAM).

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